Miguel Torga
"O mal de quem apaga as estrelas é não se lembrar de que não é com candeias que se ilumina a vida."
Miguel Torga
Miguel Torga (1907-1995) foi um escritor português, um dos mais importantes poetas do século XX. Destacou-se também como contista, ensaísta, romancista e dramaturgo, deixando mais de 50 obras publicadas.
Miguel Torga (1907-1995), pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, nasceu em São Martinho de Anta, Vila Real, Portugal, no dia 12 de agosto de 1907. De família humilde, com 10 anos foi para Porto trabalhar na casa de familiares. Foi porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava a escadaria etc. Em 1918 foi mandado para o seminário de Lamego, onde estudou Português, Geografia e História, Latim e os textos sagrados. Depois de um ano decidiu que não queria ser padre.
Em 1920, Miguel foi para o Brasil para trabalhar na fazenda de café, de um tio, em Minas Gerais. Após quatro anos foi matriculado no Ginásio em Leopoldina. Em 1925 regressou a Portugal acompanhado do tio, que percebendo a inteligência do sobrinho se prontificou a custear seus estudos em Coimbra. Durante três anos cursou o Liceu e em 1928 matricula-se na Faculdade de Medicina. Inicia sua vida literária e publica seus primeiros livros de poemas, “Ansiedade” (1928), “Rampa” (1930), “Tributo” (1931) e “Abismo” (1932). Em 1933 conclui a licenciatura.
Começou a exercer a profissão em sua terra natal. Em 1934, publica “A Terceira Voz”, quando passa a usar o pseudônimo que o imortalizou. Escreveu uma vasta obra, em poesia, prosa, romance e teatro. Miguel Torga evitava agitação e publicidade, mantinha-se longe de movimentos políticos e literários, não dava autógrafos ou dedicatórias e não oferecia livros a ninguém, para que o leitor fosse livre para escolher. Sua obra reflete as apreensões, esperanças e angústias de seu tempo, traduz sua rebeldia contra as injustiças e sua revolta diante dos abusos do poder.
Miguel Torga teve seus livros traduzidos para diversas línguas. Foi por várias vezes candidato ao Prêmio Nobel de Literatura. Recebeu vários prêmios, entre eles, Prêmio do Diário de Notícias (1969), Prêmio Internacional de Poesia de Knokke-Heist (1976), Prêmio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S. (1981), Prêmio Camões (1989), Prêmio Personalidade do Ano (1991), Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (1992) e o Prêmio da Crítica, consagrando a sua obra (1993).
Miguel Torga faleceu em Coimbra, Portugal no dia 17 de janeiro de 1995.
O Livro do Mês: Bichos
O Livro do Mês: Bichos
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